sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Moda e Música.

Não foi à toa que a primeira edição da versão brasileira da "Rolling Stone" estampou Gisele Bündchen na capa. Moda e música sempre estiveram diretamente relacionadas. Sua sintonia é perfeita; sua interdependência, harmoniosa. Não dá para pensar em moda sem música. E vice-versa. Afinal, a trilha sonora num desfile é responsável pelo clima do espetáculo; o som ambiente de uma loja define o conceito da marca. Cada movimento musical está associado a um visual específico, definindo a atmosfera e a atitude daquele período.

Tanto é verdade essa intimidade entre moda e música que bandas e cantores sempre ditaram tendências copiadas fielmente pelo público. Elvis Presley, por exemplo, definiu estilos da cabeça aos pés: instituiu o "topetão" com gumex, as botas de couro e as jaquetas de motoqueiro. Seu rebolado frenético ao som do rock'n roll e o seu jeito de vestir traduziam uma rebeldia ingênua, reforçada nas telas por astros como James Dean e Marlon Brando.

No início dos anos 60, foi a vez dos Beatles influenciarem os jovens, com franjinhas grudadas na testa, paletós sem colarinho, gravatas largas, botinas e gola rolê. Nessa época, Londres havia se tornado o centro das atenções, a cidade da moda. Lá estavam não só os Beatles, mas também as excêntricas lojas da Carnaby Street e as minissaias de Mary Quant.

O rock finalmente deu voz ao inconformismo social, que marcou a juventude no final dessa década. Era preciso contestar exibindo um visual transgressor. Janis Joplin, Jimi Hendrix, Santana, Robert Plant, Frank Zappa entre outros usavam e abusavam de referências indígenas e muito colorido. Nada mais marcante do que as bandanas nos cabelos de Jimi Hendrix e as tiras penduradas em suas roupas, que inspiraram, posteriormente, Black Sabath, David Lee Roth e Axl Rose, do Guns'n Roses. E continuam inspirando até hoje.

A grife Sandpiper foi buscar em Jimi Hendrix o tema para o verão de 2007. O estilo de vida do cantor foi traduzido na coleção "Beach Nomad". As peças primam pelo conforto, com muitas camisetas de algodão, blusas esvoaçantes de tecidos leves e jeans oversize.

Quando o assunto é moda e música, Vivienne Westwood não pode ficar de fora. Uma das mais celebradas estilistas no mundo possuía uma loja em Londres, a "Let It Rock", onde vendia roupas modernas. Seu namorado, Malcolm Mclaren trabalhava no mercado fonográfico e atuava como gerente de uma banda peculiar - os Sex Pistols - que usava roupas rasgadas, acessórios de couro e correntes. Surgia uma nova proposta de comportamento: destruir o sistema, substituir a velha ordem hipócrita, injusta e desigual por uma sociedade mais verdadeira e honesta. Os punks haviam chegado.

Mas quem não se lembra da moda "disco" ? Se você está na faixa dos 30 anos já usou com certeza uma meia de lurex, tentou imitar John Travolta dançando em "Os Embalos de Sábado à Noite" ("Saturday Nigth Live", 1975) e Sonia Braga em Dancin´ Days. As divas Gloria Gaynor e Donna Summer abrilhantavam as discotecas do mundo inteiro, fazendo o público jovem vibrar ao som de batuques eletrônicos e extremamente dançantes.

A década de 80 também deixou marcas profundas na sociedade, principalmente no quesito moda. Tudo era exagerado, usado em excesso. Ombreiras tanto para homens quanto para mulheres, acessórios em abundância, geralmente dourados, cabelos nas alturas...

Sem dúvida alguma, Madonna e Michael Jackson contribuíram para que esse tempo de ostentação se tornasse ainda mais inesquecível. Michael Jackson teve simplesmente nove composições ocupando o primeiro lugar das paradas de sucesso. O astro de "Thriller" e "Billie Jean" aparecia sempre elegante e sofisticado, misturando o clássico com toques originais como os acessórios militares e a inconfundível luvinha branca.
Madonna conseguiu a façanha de criar mais de 200 looks diferentes ao longo de sua carreira. Ganhou milhões de dólares e muitos prêmios. Ela não só influenciou como efetivamente mudou a forma de se fazer, vender e consumir música. Camuflava a vulgaridade com a sensualidade: meias-calças rendadas, coloridas, rasgadas. Já terminando a década, Kurt Cobain surge do nada para imortalizar sua música assim como o estilo grunge.
São inúmeras as formas de confirmarmos a relação íntima e sólida entre moda e música. Até hoje existe a expectativa de que os ídolos proponham novos estilos. Talvez por isso Madonna e Cristina Aguilera tenham aceitado o papel de modelo para Versace; Jeniffer Lopez e Gwen Stefani tenham criado suas próprias grifes de roupas; Missy Elliot, estrela da cena Hip Hop, tenha feito uma parceria com a Adidas e assinado uma linha de roupas esportivas.
Parece que esse casamento de tanto tempo ainda vai durar muitos anos.

4 comentários:

Unknown disse...

Que bom que gostou do blog..volte sempre..
adorei tudo aqui tb
moda música realmente ando sempre juntaaas...é uma inspiração para tudo, e muitas marcas criaram suas coleções inspiradas em músicas..neste edição do fashion rio..teve tbm..

Beijo.

Bel Sant anna disse...

vc escreve muito bem, adorei o post! concordo com vc. moda e muica fazem tão parte da minha vida que um acaba influenciando o outro...

Helena Castro disse...

não tenho dúvida que esse casamento vai durar muitos anos. acho que tudo reflete na moda: música, arte, cinema, comportamento...

quero agradecer sua visita no meu blog. ADOREI o seu e já linkei lá no meu!

beijos, helena

Luciana Gonçalves disse...

Não é um casamento são irmãos gemeos...mesmo que se quiser separa-los nao tem jeito...
Quem não se lembra da moda 'Tropicalia' e da moda 'Jovem Guarda' ocorridos na mesma epoca num mesmo contexto e se foi totalmente influinciado o modo de se vestir pela musica?!

Adorei seu post e o blog!
Obrigada por ter ido lá e ter postado vou te linkar lá? Ok?!

Beijocas